4 - A tempestade

Capítulo 4 - A tempestade

 

    Axel e olhou para si mesmo, e percebeu que estava usando apenas cueca, pôs a mão na cabeça, e reparou que também estava sem sua touca de lã. "Ah não! Eu perdi minha touca! Como vou ficar quando formos a San Marco novamente? O que as garotas dirão? A touca que me dava estilo!".


    Setz que enquanto Axel fazia suas declarações egoístas, ia em direção ao barco, virou-se indignado. "Safira está presa com Bartolomeu, vai sofrer muito agora, e você está pensando em sua touca? Você é a pessoa mais egoísta que eu já conheci!".


    Axel continuou se queixando da perda de sua touca, mas Setz fingiu que não ouvia nada e continuou andando. O barco se aproximava de Setz e ele já via Rhoddy em pé no barco se mexendo.


    A medida que se aproximava do barco ele percebeu, Rhoddy estava em pé escrevendo. "Rhoddy o que está fazendo?". "Setz! Ainda bem que você voltou, temos que sair, começará uma chuva daqui a algumas horas". "Não, não começará chuva nenhuma! Só existem algumas nuvem no céu". "Não! Me escute, começará chuva em pouco tempo, é melhor Axel vir logo, precisamos partir o mais rápido possível!". Setz fez um sinal para que Axel viesse logo, ele sem hesitar veio correndo de cueca. "O que foi?". "Irá chover, é isso que Rhoddy disse...". "Ele disse que vai chover? Vamos entrar logo então!". Setz olhou para Axel, ele sempre parecia tão teimoso, e agora obedeceu as recomendações de Rhoddy sem hesitar.


    "Por que ele não retrucou?". "Simples, acho que a quantidade de vezes que eu avisei e ele não ouviu, fizeram com que ele agora não retrucasse o que eu digo...". E ele terminou com um sorrisinho. "Se Axel ficou quieto, eu também vou ficar!".


    Assim todos entraram no barco, Axel soltou as cordas que seguravam a corda o barco. "Vamos para onde?". Perguntou Rhoddy manobrando o leme enquanto saía do pequeno porto de Frumusete. "Não sei, onde tiver menos chuva, é lá que eu quero ir!". "Está bem, um lugar onde chove pouco, ou nunca é o deserto". "Deserto não! Não existe outro lugar que não seja tão quente e seco?". "Então vamos para Silbo, não chove tanto, mas não é tão seco". Rhoddy virou o leme inteiro, fazendo com que o barco virasse bruscamente, e consequentemente as coisas caíram da mesa. Após essa brusca virada, o vento começou a soprar a favor do barco, acelerando-o a toda velocidade.


 


***

 

    Se você já foi ver um filme de terror no cinema, andar em uma atração de parque de diversão assustadora ou contar para o amor da sua vida que você a ama, você deve saber a sensação que Rhoddy estava sentindo enquanto segurava o leme do barco Sirocco. Embora nunca tivesse ido ao cinema - talvez porque não existisse em Undosia - ou andado em uma atração de parque de diversão, Rhoddy estava com a sensação de que aquela tempestade não seria uma tempestade qualquer...

    "Estou sentindo que nossa situação não está nem um pouquinho boa a ponto de podermos escolher o lugar para onde iremos...". Antes mesmo de acabar seu pronunciamento, Axel interrompeu. "Não quero que você me explique nada! Apenas quero ir a Silbo, principalmente porque as garotas de lá são...". "Não me fale essa palavra! Odeio essa palavra!". "Fresco!". "Adjetivos prejiorativos para mulheres não são nada legais! Você num gostaria de ser tratado como uma comida!". "Não se eu fosse delicioso...". E terminou a frase mordendo o beiço. "Tenho que me vestir, se acontecer mesmo uma tempestade, não quero passar frio e eu não quero humilhar você com a minha barriga délicieux". Terminou a frase se virando para a escada do convés e passando a mão em sua barriga, que qualquer garota consideraria atraente.

    Enquanto Axel caminhava com estilo até a escada, e mostrava seu corpo parcialmente bronzeado, Rhoddy disse algo que achou que apenas ele ouviria. "Guarde isso para as suas vadias". Dando um sorriso de desprezo. Porém ele achava que o rapaz de cueca não ouviria, porém o contrário aconteceu. Após virar-se bruscamente ele perguntou, em um tom irritado. "O que você falou?". "J'ai dit bitch!". "Não fale essa língua estraha comigo!". "Ja! Ich sagte hündin!". "Pare de falar em outras línguas comigo seu idiota!". "Eu disse vadia! Quer que eu soletre? V-A-D-I-A! Entendeu? Ou seu cérebro de minhoca ainda não captou a mensagem!". Depois de um breve silêncio, em que os dois ficaram se encarando seriamente, Axel fez um som de desaforo, e desceu a escada do convés.

    Setz estava sentado em uma beirada do barco, observando a movimentação do mar, que fazia com que o barco balançasse para cima e para baixo, para frente e para trás, seu amigo foi se aproximando. "Obeservando o mar?". "Não". "Observando o quê?". A resposta foi apenas um sinal, ele apontou para a tempestade, que parecia que seguia-os, uma única nuvem negra gigantesca vinha atrás deles, a causa era o vento, o mesmo vento que fez o barco se mover a toda velocidade, estava levando a gigantesca nuvem.

    Rhoddy não informou a ninguém, mas na verdade Silbo era para o outro lado, mas não há como se mover contra o vento em um veleiro. O vento estava em direção a lugar nenhum, gostaria ele de ter ficado parado em Frumusete até a tempestade se acalmar e eles poderem seguir a direção do vento, mas com aquele imprevisto não dava, se ficassem ali esperando, a qualquer momento Brutus abriria a porta e eles acabariam sendo apanhados, e ninguém sabe o que aconteceria se o gigantesco guarda-costas pegasse-os...

    "Rhoddy, como é Silbo?". "É uma ótima ilha, minha favorita, mas não estamos indo para lá, estamos na direção do vento, porque um veleiro não pode andar contra o vento". "Então para onde estamos indo?". "Não sei exatamente... Estamos indo em uma direção sem nenhuma ilha habitada...". "Isso significa?". "Podemos dar de cara com navios de ainda não conhecidos... Ou chegar a um continente desconhecido...Ou...".

    Gostaria de terminar  frase de Rhoddy, mas antes disso gostaria de lhes contar uma história muito interessante. Antes de Rhoddy morar com Axel em um barco, ele teve uma vida de monarca, pois sua família era muito rica. Antes mesmo de aprender a ler com oito anos, ele foi levado a um teatro, para assistir a uma peça chamada 'O Giz'. O nome não é muito animador, mas a peça foi emocionante para ele, porque foi a primeira vez que ele entendeu que haviam pessoas más no mundo. Talvez isso pareça idiota, mas uma criança de uma família riquíssima, só sabia brincar e se mostrar ao outros - quando havia outros, pois normalmente, a única criança que ele via era seu irmão muito mais novo, de apenas um ano - e essa peça fez com que ele visse que existiam pessoas más...

    Essa talvez não fosse uma peça muito famosa, a peça mais famosa se chamava, 'A Libélula e a Mariposa'. Que apesar de ser mais fomosa não e nem um pouco interessante, e muito entediante. Mas 'O Giz' fala sobre uma princesa muito bonita como todas as princesas. Como sempre, ela se apaixonou por um rapaz que estava nas masmorras do castelo. Ela pediu ao seu pai para que ele o soltasse, mas o pedido foi negado. A princesa ficou furiosa, o que fez com que ela roubasse as chaves a noite, e libertasse o prisioneiro, não sendo suficiente libertar o prisioneiro, ela rouba a Bolsa de Giz e lhe entrega. No dia seguinte o pai consta que o prisioneiro fugiu e encontra-o na cidade, dormindo no chão. O rei manda chamar os guardas que vão pegar o rapaz, porém ele não percebe que há um círculo de Giz em volta do rapaz e...

    "Não estamos indo para Silbo por que?". Uma estridente voz rompeu a fala de Rhoddy. "Por que o vento está contra...". "Não interessa, dê um jeito!". E a figura sinistra de Axel apareceu subindo as escadas para o convés. "Eu não te dou uma casa para você não fazer nada!". "Eu não faço nada?Então se eu não faço nada, o que você faz? Existe menos que nada por acaso? Ah eu esqueci, nem conta você sabe, então você não sabe que não existe nada menor que nada...".

    Eu não gosto de discussões, talvez vocês estejam curiosos para saber o que Axel respondeu, e o que Rhoddy retrucou novamente, mas este é um ótimo momento para eu continuar contando a história da peça 'O Giz'.

    ...Assim os guardas invadem o círculo, porém ao entrar no círculo os guardas começaram a se sentir sufocados, e logo recuaram para fora. O rei que não havia visto o círculo em volta do rapaz, agora percebeu que aquele era um Círculo de Giz. Isso significava que apenas quem o rapaz quisesse entraria no círculo, se não sentiria como se alguém o sufocasse. A história se desenvolve durante cinco dias onde o rei tenta seduzir de todas as maneiras o rapaz para fora do círculo. A princesa pergunta ao pai porque o pai por que ele está tão interessado naquele prisioneiro, e ele conta que o moço que matou a mãe da princesa. Ela mesma com tanto ódio da pessoa que amava, bola um plano. Ela se vestiria de dançarina junto com outras e tentaria entrar, porém ele mantinha resistência a qualquer entrada.  rei mandou que colocassem aromas que o deixassem tonto. E assim ela entrou no círculo, porque o rapaz a desejava, e lentamente enquanto dançava envolta nele, ele foi seguindo para fora. Ao sair do círculo, ela se afastou dele, e ele morreu a flechadas. A história é trágica, porém não foi esse o final apresentado a Rhoddy conheceu. No seu final, o rei descobre que na verdade foi um general que matou a rainha, e a perseguição ao rapaz, e os arqueiros lançaram as flechas no general. Existem muitos finais possíveis, mais que demoria muito se eu contasse...

        Talvez agora eu devesse narrar a vocês a discussão entre os dois, porém acho que ão seria coerente com o livro se eu utilizasse as mesmas palavras que Axel usou para ofender Rhoddy. Pularei para a parte em que os dois pararam de brigar, e repararam que a tempestade estava se aproimando como se devorasse o barco, e os dois ficaram parados observando a nuvem negras. Até um um raio fazer com que eles dispertassem de seus medos e percebessem que a cituação não estava nada boa, e assim a discussão foi deixada de lado e até Axel percebeu que eles estavam a beira da morte e não era hora de brigar por besteiras, e sim de se salvar - para depois talvez poderem voltar a brigar.

    

Nenhum comentário:

Postar um comentário